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sábado, 31 de dezembro de 2011

Eu te desejo muito joelho ralado em 2012

Depois de muita reflexão, eu cheguei à conclusão de que tudo estava no lugar errado e quando eu digo ‘tudo’, eu quero dizer ‘eu estava no lugar errado’. Esse lugar tem nome: Jornalismo. Pensei, perguntei, briguei, praguejei, chorei e larguei. Grande decisão, não é?

Após a escolha feita, surgiu uma banda marcial tocando ‘We are the Champions’ num desfile de rua feito especialmente para mim. Pessoas começavam a dançar, do nada, as coreografias mais elaboradas. Até parecia um episódio do Glee. Todos comemoravam a minha resolução com muito barulho. Exceto, pelo fato de tudo isso ser mentira.

A minha decisão foi silenciosa e solitária. Se tivesse trilha sonora, a marcha fúnebre seria mais adequada. Mas eu não estava morta, o ‘eu, jornalista’ poderia estar, só que o ‘eu, Tamiris’ estava mais vivo do que nunca. Caí, ralei o joelho. Doeu, ficou a marca. Levantei e mudei a minha vida: (tchã tchã tchã) comprei um livro de Matemática e fiz uma carteirinha da Biblioteca Municipal. Sim, isso mudou a minha vida (sinta-se à vontade pra se decepcionar agora).

Matemática foi uma matéria que eu nunca dei bola no colégio. ‘Quero Humanas, danem-se os números’, ai como somos idiotas no Ensino Médio. No alto dos meus 21 anos, voltei a estudá-la com a humildade de quem largou uma faculdade Estadual no 2º ano. Encarei o monstro e descobri que era domesticável.

Sempre gostei de ler, mas morria de preguiça dos clássicos, pois a sensação de obrigação me incomodava. Eu lia o que queria, ponto. Teimosia juvenil, nem vem que você também já foi vítima. Comecei a ler alguns ‘chatos’, pra descobrir que, na verdade, são maravilhosos. Nessa brincadeira, fui apresentada a Gabriel Garcia Márquez. Cavalheiro como ele só, me presenteou com ‘Cem anos de solidão’, que, além do meu coração, alojou-se na minha história.

E como isso mudou a sua vida? você se pergunta. Descobri que mais vale uma decisão do que o comodismo. O risco me trouxe consequências e vai me trazer pra sempre, pois mudei um rumo do meu caminho. Com a matemática e os livros clássicos, aprendi que o tempo faz bem. Olho pra traz e vejo como minhas ideias e ideais mudaram.Vi que até os menores preconceitos devem ser quebrados. Quebre-os também, vai que assim você também encontre o Gabriel Garcia Márquez da sua vida. Amadurecer é tão difícil quanto prazeroso, obrigado 2011 por ter me mostrado isso.

Desejo joelhos ralados pra todo mundo que me inspira, conforta, acompanha. Desejo joelhos ralados pra todos me despertam admiração. Cai, dói, faz marca. Levanta, anda. Antes a marca no joelho, do que na sua história.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cadê o GPS da minha vida, hein?

-Quem inventar um tutorial que ensina a tomar decisões vai ficar milionário-

Tomar uma decisão é desenhar à mão o mapa da sua vida. Por mais que se recebam conselhos e sugestões, a palavra final é somente sua. É o ‘você decide’ da vida real. Bom seria se outras vozes pudessem gritar nossas escolhas, não? Deveria existir um curso de como tomar a decisão certa, uma consultoria, ou melhor, um júri que determinasse a sentença ideal pra cada situação.

Dessa forma, o medo de carregar o peso de uma escolha errada não nos assombraria. Afinal, a responsabilidade não seria nossa. Talvez seja por isso que existam tantas pessoas que consultem cartomantes, adivinhas e o bom e velho horóscopo. Pela ideia, mesmo que inconsciente, de alguém oferecer a mão e dizer: ‘segue o caminho x, que tudo vai dar certo’.

Também seria bom se a vida fosse como um GPS e dissesse: ‘você está na direção errada, procure o retorno mais próximo’. Quanta dor de cabeça seria evitada, não é mesmo? Mas a história não é assim. Às vezes, levam-se anos para perceber que estamos andando na contramão e isso assusta. Qual será o sinal pra detectar o desvio de nossas rotas?

Acredito que a resposta pra essa pergunta sem resposta seja a insatisfação. Um dia eu pensei em como as minhas escolhas estavam ditando os meus dias e fiquei insatisfeita. Inquieta. Infeliz. Pensava em como tinha ido parar em tal situação e como poderia sair. Se é que poderia sair.

O erro é acreditar que só existem rumos definitivos. Se tomou uma decisão errada, tchauzinho, não tem mais o que fazer. Game over. Prefiro pensar na regra ‘fez uma escolha errada, volte três casas’. Se eu pudesse dar um conselho, não seria “use filtro solar”. Seria “não se acostume com o que te faz infeliz”. Sempre há novos escapes. É preferível escolher o mais difícil, o mais ilógico, do que ficar presa em uma zona de falso conforto.